06 outubro 2014

Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, amanhã (terça, 21:30)) em Loulé, na Biblioteca Sophia

Vai ser assinado memorando de intenções
 entre Câmara e APE,
primeiro passo para cooperação futura

Vai ser assinado, amanhã (terça-feira, 7) um memorando de intenções entre a Câmara Municipal de Loulé e a Associação Portuguesa de Escritores - APE, cujo presidente, o poeta José Manuel Mendes é o convidado da sessão “Discursos Diretos”, no Auditório da Biblioteca Sophia, com início às 21:30. O memorando de entendimento visa garantir a cooperação da principal organização representativa dos escritores portugueses em iniciativas futuras, designadamente na biblioteca pública de Loulé, a serem protocoladas nos termos dos procedimentos internos da câmara e da APE.

O Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, poeta altamente prestigiado no País, será apresentado pelo Dr. Fernando Cabrita, também este, poeta. Na parte da tarde, José Manuel Mendes desloca-se à Escola Profissional de Alte, no âmbito da iniciativa escolar "Quadro d'Honra", pela qual os escritores se encontram com professores e alunos do Concelho de Loulé.

 Professor universitário, José Manuel Mendes tem uma vasta obra (mais de 30 títulos publicados. Da poesia ao ensaio) e ao longo da sua vida foi sempre um interventor, desde as lutas estudantis em Coimbra até uma carreira parlamentar de 11 anos (1980-1991), que o tornou numa das vozes mais respeitadas e coerentes em S. Bento. Algumas das suas obras mais conhecidas: Ombro, Arma! (1978), O Homem do Corvo (1989); Despir de Névoa (1984) ; A Esperança Agredida; Limiar da Terra (1983); Rosto Descontínuo (Antologia Poética, 1992) e Presságios do Sul (1993).

José Manuel Mendes nasceu em setembro de 1948, em Luanda. Elegeu a cidade de Braga para viver, onde, desde a adolescência, se destacou como um lutador contra a ditadura, no seio dos movimentos estudantis, associativos e políticos. Fez o ensino superior em Coimbra, licenciando-se em Direito. Não exercendo a advocacia, dedicou-se à docência, lecionando no ensino secundário entre 1968 e 1980, anoem que foi eleito deputado à Assembleia da República, onde, durante 11 anos (1980-1991). Retomando o ensino, ministra o Curso de Comunicação Social da Universidade do Minho.

O reconhecimento da sua vasta obra saltou as fronteiras do nosso país e muitos dos seus livros foram traduzidos em várias línguas e incluídos em antologias de literatura portuguesa, publicadas na Bulgária, República Checa, Alemanha e Bélgica. É o caso de Presságios do Sul, premiada com o Grande Prémio ITF de Literatura, edição bilingue, publicada na Bélgica.

Observador de tudo quanto o rodeia, a obra do autor reflete a vivência quotidiana, o passado e o futuro de um povo anónimo, cujas "dores" não vêm no jornal, no dizer do poeta/cantor brasileiro Chico Buarque de Hollanda. Em 1990, o rei de Marrocos atribuiu-lhe o título de "Commandeur du Ouissam Aloui" e, em 1995, foi condecorado pelo Presidente da República Mário Soares como Grande Oficial da Ordem do Mérito.

Caracterizados por um grande rigor estético e formal, os poemas de José Manuel Mendes deixam transpirar as profundas preocupações sociais de quem, segundo Maria Augusta Silva, in Diário de Notícias de outubro de 1998, "sonha em cada sonho um mundo mais sonhado. Mais humanizado."

A sua atividade literária desenvolve-se também através da sua participação em jornais e revistas culturais portuguesas e estrangeiras, programas na RDP e na Rádio Universidade do Minho (RUM), e igualmente na programação cultural da Feira do Livro que se realiza anualmente em Braga, não esquecendo a sua responsabilidade na organização de belos momentos de poesia recitada levados a cabo em vários países, nomeadamente Portugal, Espanha, Brasil, França, Alemanha e Bélgica. Como consequência deste trabalho, foi editado pela RUM, em novembro de 1998, um CD intitulado Últimos Barcos, com poemas da sua autoria.