21 novembro 2014

Lídia Jorge, nesta terça-feira (dia 25, pelas 21:00), Biblioteca Sophia. Título da intervenção: "Crónica do tempo que passa"

 Foto  © Bruno Portela
Aí temos Lídia Jorgedia 25, próxima terça (21:00) em “Discursos Diretos”, no Auditório da Biblioteca Sophia de Loulé. Lídia Jorge intitula a sua intervenção por "Crónica do tempo que passa". Autora louletana consagrada nacional e internacionalmente, Lídia Jorge, além da sua atividade literária, é uma respeitada voz cívica interventora nas grandes causas. Na tarde dessa terça-feira, pelas 15:20, Lídia Jorge desloca-se ao Colégio Internacional de Vilamoura, no prosseguimento da iniciativa “Quem Está na Escola” que tem sido levada a cabo pela Biblioteca Pública de Loulé, onde a escritora é apresentada pela Dr.ª Cláudio Bicho, diretora deste estabelecimento de ensino privado de referência nacional.

Na Biblioteca Sophia, Lídia Jorge é apresentada pelo Prof. Doutor António Branco, Reitor da Universidade do Algarve.

O primeiro romance de Lídia Jorge, O Dia dos Prodígios (1980)  sinalizou uma viragem na Literatura Portuguesa contemporânea, iniciando uma obra hoje já vasta, amplamente traduzida, e, para além do romance, inclui o ensaio, teatro, conto, poesia e literatura infantil. O seu mais recente livro, O Organista (2014), rapidamente esgotado, seguiu-se ao romance de fôlego Os Memoráveis, em que a ficção se cruza com a história portuguesa recente, considerado pela generalidade da crítica como antológico.

A sua peça de teatro A Maçon foi levada à cena no Teatro Nacional Dona Maria II, em 1997, com encenação de Carlos Avilez e Eunice Muñoz no papel central. Também uma adaptação teatral de O Dia dos Prodígios foi realizada e encenada por Cucha Carvalheiro no Teatro da Trindade, em Lisboa, e reposta pela mesma companhia no Cine-Teatro Louletano.

O romance A Costa dos Murmúrios foi adaptado (2004) ao cinema por Margarida Cardoso, longa-metragem de êxito assinalável, em Portugal e no estrangeiro.

No longo registo de obras da escritora, de destacar  os romances O Cais das Merendas (1982) e Notícia da Cidade Silvestre (1984), ambos distinguidos com o Prémio Literário Município de Lisboa. Mas foi com A Costa dos Murmúrios (1988), livro que reflecte a experiência colonial passada em África, que a autora confirmou o seu destacado lugar no panorama das letras portuguesas. Depois dos romances A Última Dona (1992) e O Jardim sem Limites (1995), seguiu-se O Vale da Paixão (1998) galardoado com o Prémio Dom Dinis da Fundação Casa de Mateus, o Prémio Bordalo de Literatura da Casa da Imprensa, o Prémio Máxima de Literatura, o Prémio de Ficção do P.E.N. Clube, e em 2000, o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia (Escritor Europeu do Ano). Seguiram-se O Vento Assobiando nas Gruas (2002), romance que mereceu o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores e o Prémio Correntes d'Escritas. Combateremos a Sombra, publicado em Portugal em 2007, recebeu em França o Prémio Michel Brisset 2008, atribuído pela Associação dos Psiquiatras Franceses. Com chancela da Editora Sextante, publicou em 2009, o livro de ensaios Contrato Sentimental, reflexão crítica sobre o futuro de Portugal. Seguiu-se-lhe o romance A Noite das Mulheres Cantoras (2011), Os Memoráveis (em março de 2014), e já em outubro de 2015, O Organista.

Em 2006, a autora foi distinguida na Alemanha, com a primeira edição do Prémio de Literatura Albatros da Fundação Günter Grass, atribuído pelo conjunto da sua obra. Em 2014, a importante revista literária francesa Magazine Literaire nomeou-a como uma das dez mais importantes escritoras mundiais.

Além de romances, Lídia Jorge publicou antologias de contos, Marido e Outros Contos (1997), O Belo Adormecido (2003), e Praça de Londres (2008), para além das edições separadas de A Instrumentalina (1992) e O Conto do Nadador (1992). Poemas seus são interpretados por fadistas de referência como Mísia, entre outras vozes, como Amélia Muge, Isabel Noronha, Agnes Jaoui, Adriana Calcanhoto.

Os romances de Lídia Jorge encontram-se traduzidos em diversas línguas. A agência literária que a representa tem sede em Frankfurt, Literarische Agentur Dr. Ray-Güde Mertin, Inh. Nicole Witt. Obras suas, além de edições no Brasil, estão traduzidas em mais de vinte línguas, designadamente nas línguas inglesa, francesa, alemã, holandesa, espanhola, sueca, búlgara, árabe, hebraica, romena, italiana e grega, e constituem objecto de estudo nos meios universitários portugueses e estrangeiros, tendo-lhes sido dedicadas várias obras de carácter ensaístico, com inúmeras teses de doutoramento e mestrado em diversas universidades da Europa e da América, centradas na sua obra.

O Presidente da República Francesa, Jacques Chirac, a 13 de abril de 2005, condecorou-a com a Ordem das Artes e Letras de França, no grau "Chevalier", a que se acrescentou posteriormente o grau de "Officier". Em Portugal, o Presidente da República, Jorge Sampaio, a 9 de março de 2009, condecorou-a com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. A Universidade do Algarve, a 15 de dezembro de 2010, atribuiu-lhe o doutoramento Honoris Causa, em sessão solene no Grande Auditório do Campus de Gambelas. A União Latina, a 5 de maio de 2011, atribuiu-lhe o Prémio da Latinidade, João Neves da Fontoura. A Associacióin de Escritores en Lingua Gallega atribuiu-lhe em Maio de 2013 o título de Escritora Galega Universal. Em 1993, a Câmara Municipal de Louléno mandato de então Presidente Joaquim Vairinhos, agraciou Lídia Jorge com a Medalha Municipal de Mérito Grau Prata.

Em outubro, Penafiel promoveu uma homenagem durante cinco dias à "Vida e Obra de Lídia Jorge" no festival literário Escritaria/2014.

Recorde-se que, a assinalar o 30.º aniversário da Carreira Literária de Lídia Jorge, também a Câmara Municipal de Loulé promoveu a grande exposição bio-bibliográfica “Trinta Anos de Escrita Publicada”, entre novembro de 2010 e março de 2011, no Convento de Santo António.