09 agosto 2014

Poeta e Embaixador Luís Filipe Castro Mendes, nesta quinta-feira (14), na Biblioteca Sophia (21:00), apresentado pela Escritora Lídia Jorge

Dia 14 de agosto, 21:00, na Biblioteca Sophia. Outro grande, grande poeta português dos tempos que vivemos, em Loulé: Luís Filipe Castro Mendes. que será apresentado pela Escritora Lídia Jorge. Por acaso, além de Poeta, Luís Castro Mendes é o atual Embaixador de Portugal junto do Conselho da Europa (Estrasburgo) depois de longo e brilhante percurso como diplomata - foi Representante de Portugal na UNESCO e embaixador na Índia, após carreira diplomática em Luanda, Madrid e Rio de Janeiro. Por acaso também, com fortíssimas raízes louletanas - neto de José Rosa Madeira, arqueólogo e relojoeiro estabelecido na Av. Marçal Pacheco, que foi o primeiro a recolher os versos de António Aleixo e que, como arqueólogo, foi o descobridor da primeira estela com a Escrita do Sudoeste. O pai do embaixador Luís Castro Mendes, foi jurista em Faro e regular colaborador do Jornal do Algarve. E também só por acaso nasceu em Idanha a Nova. Renasce agora em Loulé. Mas a sua obra literária é que é o pretexto desse reencontro com as raízes. Enquadrável numa estética pós-modernista, a obra de Luís Filipe de Castro Mendes revela um universo enigmático onde o fingimento e a sinceridade, o romântico e o clássico, a regra e o jogo levam até às realizações mais lapidares e expressivas O Jogo de Fazer Versos. Desde Recados (1983), o seu livro de estreia, onde problematiza quer a relação entre o sujeito e a realidade pela impossível nomeação que inscreve a poesia entre a palavra e o silêncio ("Quanto te disse, toma-o pelo mais claro do silêncio que nos coube"), quer a relação entre o eu e o outro, numa última parte composta por uma série de mensagens dirigidas a destinatários identificados pelo nome próprio; até Correspondência Secreta (1995), obra fundada sobre a invenção histórico-ficcional e sobre o exercício de paródia, reunindo uma série de textos (monólogos, cartas, poemas) atribuídos a figuras literárias (Marquesa de Alorna, Filinto Elísio, Cavaleiro de Oliveira, entre outros) na charneira entre o classicismo e o pré-romantismo, a obra de Luís Filipe Castro Mendes tem ainda como traço distintivo a capacidade de renovar, com inquestionável mestria, as experiências de escrita. Areias Escuras (1984), Seis Elegias e Outros Poemas (1985), galardoado com o prémio da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, A Ilha dos Mortos (1991), O Jogo de Fazer Versos (1994) e Outras Canções (1998) são ainda exemplos de outras obras deste autor. Lendas da Índia e Misericórdia dos Mercados, são dois dos seus mais recentes livros. A sessão integra-se no ciclo "Discursos Diretos" promovido pela Biblioteca Sophia, dinamizado pela Comissão Concelhia.